As ondas do mar são como as mulheres
às vezes serenas e dóceis,
como a frescura de um baptismo
que nos lava da certeza
de uma morte infinita.
Outras vezes agigantam-se
e são um mar revolto de fome
e de sede
de conquista da terra.
Agigantam-se tenebrosamente
para engolir a servil lida masculina
e são a espuma a borbulhar
como o clamor de um mar exaltado.
Essas mulheres com íntimos abismos
de uma profundidade oceânica
elas são o vício e o precipício
que enleva a nossa verticalidade.
Elas são o oceano da nossa alegria.