Diz-me de onde
surgiu a ave
que me bebeu
as metáforas
destes improváveis
versos.
No crepitar da lava
a que nos entregavámos
soçobraram cristais
e algumas pedras fundidas
tatuadas pelo arrefecimento
da superfície.
Pesam-me nas
pálpebras
os reflexos
do sol
de tempos antigos.
Porque há nos teus
cabelos um pincel
e estas mãos
com uma tinta indelével
a desaguar-me
dentro dos olhos.
10 comentários:
Parece-me um poema de saudade, de dor...
As metáforas estão cá todas e dão
profundidade ao dizer!
Um beijo
... de onde surgiram as asas?!
... no crepitar da lava
a que nos entregámos!
Há nos teus cabelos memórias
e reflexos do sol
...
há nos teus cabelos ... estas mãos
...
o meu sangue dentro dos olhos
Fabuloso, adoro ler-te e ouvir-te!
Beijo.
Na emoção!
É na emoção que elas nascem, as asas que roubam tudo, nos deixam estáticos, sem accção, a garganta estrangulada pelas palavras
... na emoção nascem as asas!...
E digo-te, é um parir tão doloroso!
Beijo, Zé Miguel :))
Humm..., está diferente!
Gosto:)
doce o teu poema/paleta
.
um beijo
O poeta sonha.
Sonha que as palavras que escreve
fazem sentido.
Fazem sentido sózinhas.
Depressa descobre que as palavras
Pobres palavras - são vãs.
Belas e vãs
Restam as memórias.
Não estas, as de toda a gente.
O poeta não é gente.
O poeta é só uma brisa.
Nada arrasta... mas refresca.
Como as memórias.
Principalmente, as dos tempos que ainda estão por inventar...
Quanta beleza! Fiquei literalmente sem palavras. Como é bom dar de cara com um poema assim capaz de encantar e iluminar os nossos olhos. De uma linda sensibilidade são tecidos os seus poemas. Parabéns!
Bjos.
Stella Tavares
www.manualdoinseguro.blogspot.com
porque é que será que ja há muito que não lia "as suas coisas" tão profundas e não me surpreendeu ter poemas tão lindos!
Simplesmente fantasticos
parabéns
beijinho
Sublime!
que mais dizer?!
estou maravilhada.
abraço
Apaixonante.
Obrigada por seguir as minhas palavras.
Um beijo
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