
queria de ti um país
como aquele em que viveu Cesariny.
Não fui ainda capaz de te dizer,
sabes:
You are Welcome to Elsinore.
Para fazer de ti um país
atravessaria os muros habitados da fronteira
rasgava as cartas de marear culpadas de naufragar
e partia outra vez numa casca de noz rumo ao Oriente.
Eu queria de ti um país
E escutar silêncio na onda do teu sopro,
ao meu ouvido encantava apenas ouvir-te respirar,
para comprovares a verdade anatómica dos meus músculos
seria marinheiro sem saber nadar
morreria afogado na corrente dos teus olhos
pela luz que me deste a estes versos
com o músculo liso do coração aos tropeços.
Não fui capaz de te dizer que vi em ti o meu país,
pequeno,
do tamanho do meu quarto.
Nos teus lábios os meus nasceriam certamente
como as flores que nascem em Maio
geograficamente inclinadas para a nascente.
Por isso vem visitar-me
outro dia, outra noite:
You are always welcome to Elsinore
Farei dos versos um país com casas, caminhos, pontes
e de ti uma caixa de ressonância para o meu canto do cisne,
Agora.
Porque a morte pode não me querer esperar e eu quero um país para morrer.
3 comentários:
mas se tu o tivesses dito, eu teria talvez estremecido do pânico de me quereres finalmente...
Isn't that what we all want?
Curiosamente o único poema que arrecadou um prémio de poesia é o único com comentários inomináveis... (o autor)
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