meu amor
agora que já não me ouves
gostava ainda de te dizer isto
quando te disse que te amo imaginava
ainda que continuaríamos de mãos dadas
como duas crianças no regresso da escola
mas acontece que na casa nova onde moro agora
há apenas as flores que me trazes aos sábados
e a caixa dos ossos onde me meteste num domingo
e por isso lembra-te que quando parti não foi porque
me tenhas dito que aquela casa onde moravamos os dois
era tua, só tua, de mais ninguém
não tens que te sentir uma assassina por me terem
encontrado morto se apenas pediste para te deixar só
porque no fundo eu só mudei de casa
meu amor.
(história do último desejo do homem que queria ser poeta)
7 comentários:
O egoísmo pode ser uma chave para diferenciar o que alguém sente.
Nem todos estão prontos para se doar.
Mas aqui na sua poesia, o sentimento é doado por inteiro.
Gosto muito de ler-te.
Beijos.
Um excelente poema, tocando o sentido das escolhas que magoam...
Um abraço
li algures "a casa é onde o coração habita"
a sua poesia é casa que nos acolhe plena na qualidade do verbo e do sentimento.
saudações com estima
*___bonecadetrapos___*
divino
.
um beijo
os vossos comentários dão-me vontade de continuar a desbravar o caminho... obrigado
gume
bem
afiado
o destes
vocábulos
*abraço*
Chegando pra conhecer seu espaço, vou ler com calma depois volto pra comentar.
Que bom esse bálsamo bendito chamado poesia.
Bjins entre sonhos e delírios
Enviar um comentário