2008-11-01

a mão que envolve outra mão
dorme profundamente no leito de um livro
depois de escrever no seu interior.

umA mão de carne com LINhas de áGUA
e de gestos de pão
semeia os Dedos na carnE de um Livro
desvendA a página primeirA e dedilha as cordaS dos cabelos.

as MinhAs mãOS
duas
são irmãs que caminham para DentrO dos lIvroS
gémeas que desenham OLHOs doceS
Despedem sE com LetrAs matinais -bom dia
e outras incandEscentes de precipício - adeus.

As minhas mãos
aS minhas Mãos vazIas resguardam-se nos livros
soNHam casas pequenAS e quartos interiores sem luz.

as minhas MÃOS despRENDem-se dos lIvros
e Depois voltam a abrir as mesmas páginAS.

3 comentários:

José Miguel de Oliveira disse...

Tem duas leituras. A segunda só é visível com o poema impresso. (o autor)

aletheia disse...

O invisível é que torna o visível possível(uma leitora desobediente que não imprimiu o poema...)
Aletheia

Anónimo disse...

A língua dela
as mãos
dois olhos
ela
e
as minhas mãos rendidas